Exposição: Segredo

Uma história de infância me fez refletir sobre o que é liberdade.
Tive um passarinho e todos os dias eu abria sua gaiola para que saísse, meu desejo era que voasse livre. Como ao redor havia muitas árvores, eu imaginava que assim ele seria mais feliz.  Então ele saía, voava pelas árvores mais próximas e voltava para a gaiola.
Seria a gaiola física a sua real prisão?
Todos nós temos as nossas gaiolas, várias... algumas que tentamos sair e não conseguimos, outras saímos e queremos voltar e tantas outras com singularidades tão parecidas com nós mesmos – gaiolas construídas por nossas próprias mãos.
De volta à história de infância...
Entendi que o que ele precisava era conhecer algo maior, talvez se ele visse a floresta, então naturalmente reconheceria seu lar. Assim fiz, levei-o para dentro de uma mata fechada e o soltei... vendo-o pular de uma árvore para outra, fui embora, mas levei comigo a incerteza de se ele sobreviveria a falta do que ele conhecia como “seu ninho”.
Te convido para um voo poético sobre as camadas de memórias, abrindo caminhos para infindáveis reflexões. (Des)construindo concepções de arte, concepções de vida, sobre a objetividade e subjetividade do ser livre.
Esqueça a gaiola, ela não é importante.
Encontrar a verdadeira chave, saber abrir e fechar, entender o porquê de entrar e quando sair, saber usá-la é conhecer o segredo.



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